Conforme a pessoa envelhece, é normal sentir dores no quadril, certo? Errado! Isso não precisa ser regra. Assim como o restante do nosso corpo, o quadril também sofre alterações com o passar do tempo, mas é possível se manter saudável e livre das dores. Para te ajudar a viver melhor, selecionamos alguns riscos para o bem-estar dos seus quadris.

Localizado no meio do corpo, o quadril é crucial para a mobilidade e o equilíbrio, desempenhando um papel vital no dia a dia de pessoas de todas as idades. Ao longo da vida, os riscos para a saúde dele podem variar conforme as fases do desenvolvimento humano e, principalmente, seus hábitos. Compreender esses riscos ajuda a prevenir problemas e a manter a qualidade de vida.

Durante a infância e a adolescência, o quadrilátero está em fase de crescimento e desenvolvimento. Um dos principais riscos nessa fase é a displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ), uma condição na qual a articulação não se forma corretamente, podendo levar a deslocamentos ou à artrite precoce se não tratada. 

O ortopedista e cirurgião dr. Pedro Pércio explica que displasia do quadril é, na prática, um conjunto de defeitos do formato do quadril, que podem surgir antes de o bebê nascer. Até pouco tempo atrás, o nome usado para a displasia era luxação congênita do quadril, que, inclusive, é o grau mais severo da displasia. No entanto, não é o mais perigoso. Isso porque, segundo o dr. Pedro Pércio, o fato de ela se manifestar desde cedo, permite o diagnóstico e o tratamento adequado.

“Por outro lado, existem alterações no formato das articulações que não darão sintomas na infância e na adolescência e até em boa parte da vida adulta. E, nesses casos, os primeiros sintomas que o paciente pode sentir é a dor já decorrente do processo degenerativo, ou seja, da artrose originada pela displasia”, explica dr. Pércio, que ressalta: “O diagnóstico precoce é essencial para os melhores resultados do tratamento”.

Ou seja, a displasia é, sim, um grande fator de risco para o desenvolvimento de artrose do quadril e com alarmante: tem origem genética. “E, como sabemos que é hereditária, que passa de mãe para filha, se há casos em sua família, procure um médico para fazer o diagnóstico o quanto antes”, alerta o cirurgião Pedro Pércio.

Estilo de vida

Já na fase adulta, o estilo de vida e o trabalho podem representar grandes riscos ao bem-estar do quadril. O excesso de peso coloca pressão adicional sobre as articulações, aumentando o risco de desgaste da cartilagem e de desenvolvimento da osteoartrite. 

Outro problema comum é o desgaste por reprodução de movimentos, que afeta a mobilidade e a flexibilidade das articulações. Lesões esportivas, como as lesões labrais, também são mais frequentes em adultos ativos.

E é claro que o vilão da sociedade moderna, o sedentarismo, também entra como fator de risco para a saúde do quadril. E ele se agrava conforme o tempo passa. O ortopedista e cirurgião Emilio Castro explica que, com o envelhecimento, é natural ocorrer a perda de massa muscular e da massa óssea. Para manter o tônus muscular, a atividade física é a melhor, se não a única, opção. Pois, além disso, ela ainda melhora o depósito de cálcio no osso, prevenindo a osteoropose.

A atividade física também vai ajudar a prevenir outro fator de risco à saúde do quadril, que é a obesidade. “O quadril faz parte do ciclo da marcha, ou seja, todo o seu peso passa pela articulação do quadril. No caso de um paciente obeso, há aumento de sobrecarga nessa articulação, podendo levar a processos inflamatórios e desgastes mais rápidos”, alerta dr. Emilio Castro.

O especialista deixa uma boa notícia: “Toda atividade física gera benefícios, e sempre é tempo para começar”. 

Para concluir, vale repetir que a saúde do quadril exige cuidados contínuos em todas as fases da vida. Adotar uma rotina de exercícios adequados, manter um peso saudável e buscar atendimento médico ao primeiro sinal de dor são atitudes fundamentais para prevenir lesões e garantir o bem-estar dessa articulação tão importante ao longo do tempo.